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terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Barcelona, 09 a 12 de fevereiro de 2019

Casa Batló, Barcelona

Passamos os últimos três dias em Barcelona. Uma parada em direção à Nuremberg, onde pela 13 vez participarei da Biofach, a maior feira de produtos orgânicos do mundo.
Barcelona é de fato uma cidade muito interessante. Dentre tantos encantos, se me pedissem para escolher um, optaria pela arquitetura. Edifícios sólidos, não muito altos, sacadas charmosas com grades de ferro em quase todas as janelas. O detalhe das esquinas não serem em noventa graus, mas sextavadas, é muito interessante, deixando os prédios com três fachadas de frente ao invés de duas. Cores pastéis por vezes salpicadas de azulejos coloridos ajudam a dar vida às fachadas. Vasos com flores e folhas nas pequenas varandas cumprem o mesmo papel. No bairro de Ravel, o qual gostei muito, roupas dependuradas também dizem algo de quem vive por trás das janelas e, de certa forma, dão um toque napolitano ao ambiente. 
Passeio de Gracie, uma das mais lindas avenidas
Andar pelas avenidas, como o Passeio de Gracie, e ruas menores, como a Carrer del Hospital, é muito prazeroso. Pessoas de muitas nacionalidades andam lado a lado, reafirmando o que já se sabe, a cidade é de fato muito cosmopolita. E muitos turistas, principalmente orientais, como chineses, coreanos e, em muito menor número, japoneses. Esta geopolítica do turismo mudou. Tenho idade suficiente para dizer que chineses não viajavam ao ocidente e traços orientais eram imediatamente associados a japoneses. Não é mais assim e a presença de chineses, normalmente em grandes grupos, tirando muitas fotos e conversando alto é uma constante nos pontos turísticos ao redor do mundo.
Interior da Sagrada Família
Quando viajo, sempre fico na dúvida entre fazer o que todos os turistas fazem ou buscar pontos que são mais frequentados pelos moradores locais. Já aprendi que uma mescla é uma boa solução para este pouco importante impasse. Sentir um pouco como o povo local vive é muito agradável. Mas os pontos turísticos intensamente visitados o são porquê de fato são muito interessantes. O Templo Expiatório da Sagrada Família não foge à regra. Imperdível é a palavra que me ocorre.
O tal do Gaudí é um louco. No melhor sentido do termo. Totalmente fora dos padrões, um profanador do estabelecido. Nestes dias em Barcelona me atrevi a escrever um conto no qual Gaudí é tratado como Mestre e o personagem está convencido que veio de outro planeta para nos ensinar as formas do futuro. Escrevi pela boca do personagem o que eu acho: Gaudí não é deste planeta.
Exterior da Sagrada Família
Como nota negativa vou comentar sobre as entradas para os principais pontos turísticos. São caras e difíceis. Temos que comprar pela internet e marcar hora para entrar, com tolerância de apenas trinta minutos, o que gera um compromisso que pouco combina com o relaxamento requerido em uns dias de férias. E muitos custam 25, podendo chegar até 50 euros, dependendo do local e da presença ou não de guias. Multiplica por duas pessoas e três lugares, pode-se gastar mil reais em um dia só em ingressos. Meio muito, está parte não achei bonitinha.
Bom passeio, e gratuito, é a Rambla, a avenida mais movimentada da cidade. Bares, restaurantes, lojas e bancas de souvenirs, sorveterias e, de novo, muitos turistas. 
La Boqueriía - Jamon e jamon, é uma instituição na espanha
Em certo instante chega-se a o mercado la boquería, à direita de quem está descendo. O estômago, ou o bolso, não nos permite provar todos os convites feitos pela beleza sedutora dos alimentos oferecidos e avidamente aceitos pelos olhos. São dezenas de bancas com comidas prontas para levar ou comer no local, além de frutas, verduras, carnes e dezenas de ingredientes para comidas específicas, com destaque para a paella. Aliás, cometi a heresia de vir à Barcelona e não comer uma paella. Ana sim, fez até um curso rápido de como preparar uma. Eu não fiz e acabei mais seduzido pelas tablas de jamons y quesos, o que não é incomum no meu caso. Só não provei o mais caro de todos, o jamon de belota, vendido à 24 euros cada cem gramas. Algo como 1100 reais um quilo de presunto. Que onda né?
Banca só de pimentas - La Boquería.
Ainda falando em comida, nossa melhor refeição foi no restaurante Viana, no bairro Gótico, em um lugar pequeno mas agradável. E com uma comida estonteante. Comemos um prato à base de polvo e outro de burrata, mas preparados de uma maneira toda especial. Voltaria para provar o bacalhau ao molho de laranja, ficou o desejo.
Era isso sobre Barcelona, vou ficar por aqui. Ainda poderia falar do Parque Guell, do movimentado porto, da feirinha orgânica que achamos no sábado de manhã ou dos deliciosos torrones de chocolate. Mas quando voltar, se é que volto, conto mais detalhes. 

3 comentários:


  1. "O estômago, ou o bolso, não nos permite provar todos os convites feitos pela beleza sedutora dos alimentos oferecidos e avidamente aceitos pelos olhos."

    Essa foi ótima Laércio. Acredito também kkk. Bem bacana sua viajem (e agora? Com "g" ou "J"? Me Salva aí nara Bock sem consultar ao pai Google.) e o conto de causos. PARABÉNS
    Abraço.
    Roberto Bock

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  2. Adoro viajar com vocês e por esses teus causos! Gratidão por compartilhar conosco! Ana havia me mandado uma foto do Gaudí e pensei o mesmo: esse cara não é desse mundo! Ou ele é que é, e nós o profanamos com nossa incompreensão... vai saber!

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