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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Puyo e Cuenca, 17 e 18 de outubro de 2017.

Um Deus Grego sobre a Ponte pêncil do Rio Verde,
na Isla del Pailon
Outros dois dias corridos. Ontem, terça-feira, acordei cedo com uma linda chuva tropical. A Pousada Las Palmas em Puyo é um charme, toda amadeirada e com um jardim pequeno mas muito intenso. Pena que só dormi lá uma noite, a melhor dos últimos dez dias.
IV Jornada Agroecológca em Puyo
O evento no qual fiz uma palestra, parte das IV Jornadas Agroecológicas do Equador, foi na Universidade Estatal Amazônica. Nome instigante e proposta interessante. Pena que este nosso ensino não consegue pensar fora da bolha, nem no conteúdo nem no método. Falei sobre princípios da agroecologia. Interessante foi encontrar um amigo Equatoriano, Marco Castillo, que fez um curso conosco, no Brasil, em 1998. O havia encontrado neste mesmo ano aqui no Equador e nunca mais. Bonito foi ele me mostrando o material didático que distribuímos, que não temos mais, e falar da importância que esta atividade teve em sua vida. Sempre bom saber!
Viajamos de tarde para Quito. Viagem bonita, com as verdes e altas montanhas nos fazendo companhia todo o tempo.
Cascata del Diablo
No meio do caminho paramos na Isla del Pailon. Aí se vê o Rio Verde, encaixado nas montanhas, com cachoeiras lindíssimas, podemos caminhar às suas margens, passando por uma ponte pênsil sobre ele vendo cascatas até chegar  Cascata del Diablo . Um ambiente de natureza exuberante, visual lindo e uma queda d’água bastante impressionante, daquelas que amedronta só de ver e que nos ajuda a dimensionar-nos com mais precisão. Olho para aquela força toda e me lembro que soupoucoquasenada.
Seguimos viagem e às oito da noite chegamos em Quito. Comi algo rápido e fiquei no quarto respondendo mensagens e preparando a palestra de hoje.
Hoje, quarta-feira feita, já foi outro dia... outro mundo... saí às cinco do hotel para o aeroporto e às nove já começava o evento em Cuenca, talvez a mais charmosa cidade do Equador. Cuenca é uma espécie de capital cultural do país, que tem em Guayaquil sua capital econômica e Quito sua capital política.
Cordilheira dos Andes vista do avião
O voo para Cuenca é lindíssimo. Sabendo disto escolhi uma janela no péssimo avião da TAME, linha aérea local. Voar sobre as Cordilheiras dos Andes é mágico. De novo as altas montanhas, algumas com densas vegetações, outras com vegetação mais ligeira. As mais altas, secas. Os vales cultivados em pequenas áreas, com seus verdes em diferentes tonalidades. Os rios passeando pela paisagem, acompanhado de uma breve vegetação às suas margens. Em alguns trechos da viagem os pontos mais altos das montanhas vencem as nuvens, restabelecendo a ordem e aproveitando para cuidar também delas. Um espetáculo!
Cuenca é a cidade que eu mais conheço no Equador, tem alguns posts aqui no blog a descrevendo. Minha primeira vez em Cuenca foi para, a convite da CEA - Coordenadora Equatoriana de Agroecologia - dar um curso sobre Trofobiose. Há 19 anos...
Evento em Cuenca. Vazio...
Um detalhe. Para minha surpresa não encontrei boa parte dos meus amigos que trabalham com Agroecologia em Cuenca. E o evento tinha pouca gente para a qualidade do trabalho que existe aqui. Intuo, sem estar seguro, divergências internas entre as lideranças que trabalham com este tema na região. Prefiro estar errado, porque disputas internas só deixam felizes aqueles que preferem que a agroecologia não avance, para resguardar seus interesses econômicos.
Cuenca. Linda...
Pela tarde tivemos tempo para passear por Cuenca. Conduzidos por um amigo natural da cidade, Patrício Bravo, pudemos rapidamente ver muitas coisas interessantes. A praça central, a Catedral, um centro municipal de artesanatos, passear pelas ruas do centro, visitar uma linda loja de comércio justo, e o melhor da tarde, o Museu Pumapungo, que tenta sintetizar com reproduções em tamanho natural as diferentes etnias do país, sua forma de vida e seu habitat. Muito interessante. 
O Taita Carnaval
Dentre tantas coisas legais que vi, vou contar uma sobre esta foto aqui ao lado. Este é o Taita Carnaval. Taita é uma expressão Quéchua para pai. O Taita Carnaval visita as casas de “mesa bem posta”, enquanto seus donos estão propositalmente fora. Come o que lhe apetece e deixa sorte, saúde, colheitas abundantes e ausência de roubos, secas ou geadas. As casas que não se preparam para o Taita Carnaval são recebidos pelo Yarcai (a fome). Os homens chamam o Taita Carnaval já a partir dos primeiros dias de fevereiro, com flautas e tambores. Chamá-lo em outras épocas do ano seria sinal de mendicância, e portanto, por vergonha, não o fazem. Enquanto isto os homens estão fora de casa tocando uma música e, concluo eu, tomando uma bebidinha.... Adoro estas relatos da cultura popular com toques de histórias míticas.
Cheguei ao hotel já havia passado das onze. Amanhã cedo tenho que participar de outro evento. Fui!

Aspecto da Catedral nova de Cuenca

Ainda na Isla del Pailon, vegetação exuberante.

Casa de Eudoxia Estrella, pintora Cuencana, suas obras aí
 expostas são muto interessantes.

Um comentário:

  1. Muito legal! E essa vegetação parece em 3D ... fantástica. Sobre o Deus grego, nem vou comentar ... tem dono!

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