Esta montanha está ao lado do vulcão Imbabura, o Apu (seres tutelares) que cuida desta região. |
Saí de Lima ontem, domingo, pela manhã, em direção à Quito.
Estavam me esperando Eduar e Elisa, que trabalham com Agroecologia no Equador e
Dana, colombiana que trabalhou muitos anos no Brasil e está aqui também na
condição de convidada.
Pacho Gangotena conversando com seus consumidores |
Almoçamos e fomos à propriedade de Pacho e Maritza, um
casal que conheço há anos e que conduzem um trabalho muito reconhecido aqui no
Equador. Sempre um prazer rever amigos que há tempos trabalham na mesma onda.
Desta vez foi uma visita rápida, pois eles estavam em um dia de casa aberta,
quando os consumidores vem conhecer, conversar, comer e comprar algo.
A viagem
para Ibarra¸ capital da província de Imbabura, foi de dia, com a estrada
serpenteando entre as altas montanhas da Cordilheira dos Andes. Sempre bonito,
mas aqui no Equador com o diferencial em relação ao Peru de termos cobertura
verde em quase todo o trajeto. Uma parte com uma forte agricultura, outras
pastagens e ainda parte em cobertura florestal.
Região com lindos lagos e montanahas |
Chegamos por volta das sete da noite. Tive tempo para dar uma
voltinha pela cidade voltei cedo ao quarto, para preparar minha palestra e
dormir.
Estou esta semana no Equador para participar da IV edição
das suas Jornadas Agroecológicas. Uma série de eventos, ao mesmo tempo
coordenados e independentes, sobre Agroecologia, que se realizam em diferentes
regiões do país. Farei palestras em quatro dessas regiões. Para isto viajarei a
semana toda.
Cerimônia à Pachamama |
Hoje o seminário começou com uma cerimônia. No Brasil
costumamos chamar de mística. Um momento inicial que tem como objetivo
sintonizar os participantes com o que virá, vinculando-os com a temática por
uma via mais emotiva e menos racional. Aqui foi uma cerimônia à Madre Tierra, Pachamama em Quéchua. Palo santo queimado odorizava o
ambiente, todo decorado carinhosamente com flores, sementes, raízes e panos
coloridos. Bonito momento. E me pareceu genuíno.
Fiz a palestra sobre Agroecologia e a Construção Social de
Mercados. Logo depois retornei a Quito, desta vez de táxi, duas horas de
viagem, para uma reunião no Ministério da Agricultura. Terminamos e fomos para
um café chamado Tienda Solidária Tierra
Adentro. Muito agradável. Às seis da tarde chegou o carro do Ministério que
nos trouxe para Puyo, região
Amazônica do Equador. Chegamos depois das dez da noite.
Ruas de Ibarra |
Uma pena viajar de noite. São 250 quilômetros e levamos 4
horas neste trajeto. Descemos quase 1400 metros, dos 2300 msnm de Quito para os pouco mais de 900 de Puyo. Puyo é capital da Provincia de Pastaza, região de entrada da
floresta amazônica. Mesmo sendo de noite pude ir venda a diferença na vegetação
à margem da estrada, mais exuberante à medida que a silhueta negra das altas
montanhas iam se fazendo menos visíveis.
Como podem ver a semana é agitada, amanhã mesmo volto para
Quito, onde quarta-feira de manhã pego avião para Cuenca, linda cidade da Serra
e onde já estive várias vezes. São uma da manhã e ainda estou aqui escrevendo. Este
movimento todo deveria me cansar, mas o efeito é outro, fico ligado. Vou colocar
o cérebro em modo avião para ver se descanso...
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