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sexta-feira, 2 de março de 2012

Paraguay, 02 de março de 2012

Visita a campo tem disto: furou o pneu...
Já voltando para casa. O que sempre é bom. Fiquei cinco dias aqui e escrevi apenas dois posts. Os dias foram meio repetitivos, e eu não queria de novo tratar aqui o teor dos meus cursos, o que já fiz em outras ocasiões. E acho que estou reaquecendo também, é a primeira viagem do ano.
Ontem fomos visitar duas pequenas propriedades rurais aqui da região. Não tão da perto, porque viajamos uns 200 km entre ir e voltar. Foi legal, sempre gosto destas oportunidades de conhecer experiências locais que se baseiam na Agroecologia. Enriquece minha percepção sobre porque e como ela vem sendo aplicada no continente. De mais a mais, com uma turma jovem e heterogênea como esta, a melhor técnica são aulas práticas e visitas de campo. Mais fácil para que cada um apreenda de acordo com sua base de informações.
Barbaquá, para processar a erva-mate
Uma das fincas que visitamos é um típico Sistema Agroflorestal, SAF no jargão dos agrônomos. Muito legal ver um sistema tão diversificado em árvores de diferentes utilidades como podem ser produzir frutas ou madeira, medicinais e aromáticas, para sombra ou ainda para melhorar a fertilidade do solo. Neste caso, o cultivo principal é a erva–mate, muito utilizada por aqui para fazer o tererê, um tipo de chimarrão frio tomado diariamente aos litros em todo o país. Tanto o chimarrão quanto o tererê vem da tradição guarani, e a erva mate, planta que origina a erva, é desta região do sul do Brasil e Paraguai. A outra propriedade é baseada em hortaliças, frutas, algumas vacas, pequenos animais, piscicultura. Tudo integrado, bem cuidado, manejo atento e elegante. Legal de ver também.
Finca ecológica, Sr. Eugenio Melo
São milhares de experiências assim em todo o continente. E ainda tenho que ouvir quando frequento seminários acadêmicos que precisamos de mais informação para ter certeza da factibilidade da aplicação dos princípios da agroecologia. Que preguiça eu tenho ao ouvir isto! Os interesses por trás da venda de agroquímicos são muito fortes. Contrapô-los é uma tarefa árdua. Exige ouvirmos verdades inquestionáveis absolutamente falsas!
Hoje foi dia de terminar o curso e me despedir dos alunos. Gostei de conhecê-los e de conhecer o Instituto. São guerreiros. Um pouco mais de ordem na escola poderia aproveitar melhor o entusiasmo reinante e contagiante entre seus jovens frequentadores. Quanto à cidade, não acho que escolheria Curuguaty para ser meu próximo destino nas férias, mas, como disse ontem, conhecer o interior dos países é ver um pouco de sua alma. E isto eu gosto. Gosto também do Paraguai e seu povo com sua essência Guarani, expressa na língua, no tererê, na comida.
Bom início para as viagens deste ano. Não ótimo, mas bom. Este ano promete, as expectativas são boas. Fui, acho que a próxima é a Nicarágua, no fim do mês. 

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