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sábado, 19 de novembro de 2016

Lima e Ayacucho, 17 e 18 de novembro de 2016.

4.756 msnm, a caminho de Ayacucho
Ontem, quinta-feira, trabalhamos pela manhã e passeamos pelo interessante Centro Histórico de Lima na parte da tarde. Mas, digno de nota mesmo foi a viagem à noite para Ayacucho.
Plaza de Armas, centro histórico de Lima

Eu sempre me encanto com a possibilidade de viajar pelos Andes. Claro que de noite, menos interessante. Mas quando amanheceu estávamos pela parte mais alta, que hoje chegou a 4764 metros. É bastante. Senti um pouco o que aqui eles chamam de "sorocho" ou "mal de altura". Dor de cabeça e mal estar no estômago. Mas o mal estar foi facilmente compensado pelo visual. Geadas e morros nevados, a partir do ônibus aquecido, estava sensacional. A estrada é erma, alta, cheia de curvas e perigosa, margeando precipícios. 
Cena urbana, Ayacucho
Um mostrador digital nos mostrava a velocidade do ônibus. Nesta altitude quarenta, cinquenta quilômetros por hora, nunca que mais que sessenta.
Chegamos em Ayacucho às oito da manhã e foi tempo de passar no modesto hotel, para dizer o mínimo, e ir trabalhar.
Ayacucho é uma cidade relativamente grande dos Andes Peruano. Segundo o Wikipedia tem 250 mil habitantes e está localizada a 2800msnm. Viemos aqui, eu os amigos de diferentes países que estamos passando a semana no Peru, para o VIII Encontro Nacional de Sistemas Participativos de Garantia. Cerca de 250 pessoas, a maioria agricultores e agricultoras. 
As super mulheres de Ayacucho e suas
batatas maravilhosas
Paralelo a este encontro uma feira com uma linda oferta de produtos ecológicos. Comprei quinoas - branca, vermelha e negra e cafés em grão e moído. Vi muita kiwicha, chia, batatas e milhos coloridos, cacau em grãos ou em tabletes, pães, mel e derivados, hortaliças e etc. Tomei um sorvete de leite, açúcar e amendoim, típico região, feito na hora, o muyuchi. Gostosinho.
oferendas à pachamama
Para a inauguração da Feira fizeram uma cerimônia da Pachamama, um ritual com oferendas à Mãe Terra e que é parte importante da mitologia dos povos andinos.
Antes do jantar fomos a um centro de artesanato. Não é sem razão que Ayacucho é considerado a Capital da Arte Popular e do Artesanato do Peru. Hoje descobri que muitos dos artesanatos que sempre vi em diferentes regiões do país são daqui. Amanhã tenho que comprar algo, não posso passar em branco!
Jantamos em um pequeno grupo, agricultores orgânicos peruanos e alguns estrangeiros. Fidel, mexicano, apareceu com sua garrafa de Tequila. Maurizio, de Cochabamba, trouxe um licor de folhas de coca, feito por ele. Rosita, a presidente da Associação Regional de Produtores Ecológicos de Ayacucho, ofereceu duas jarras de pisco sour, uma espécie de caipirinha comum no Peru e no Chile. Como dito no Rio Grande do Sul, feito o carreto. Passamos algumas horas entre conversas sérias e boas risadas.

Tres leches. 
Agora, onze da noite, resolvi dar uma volta pela praça e vi um café, o Via Via, que me convidou para uma sobremesa, na sua agradável varanda de frente para a Plaza de Armas, a praça principal da cidade. É meu terceiro três leches da semana. Não me queixo.

Está esfriando, vou para cama. Amanhã saímos às sete da manhã para visitar uma propriedade rural. Veremos o que nos espera. Se conseguir conto aqui que Ayacucho é o local de uma importante batalha que deu início aos processos de independência da América espanhola. Também nos anos de atuação do Sendero Luminoso esta cidade foi palco do medo e do terror vivido pela população civil.

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