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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Maputo, 28 de outubro de 2014.

Visual da Baía de Maputo
Cheguei hoje a Maputo, capital de Moçambique, situada bem ao sul do país. Diretamente das eleições mais acirradas que eu vi, em qualquer nível. Achei bom sair deste clima chato que se instalou, com análises rasas e o aprofundamento em dicotomias artificiais como brancos e negros, ricos e pobres, sul e norte. Enfim, vida que segue.
Voltando a Maputo, sempre tive vontade de conhecer esta África que fala português, agora apareceu a oportunidade. Uma ONG Francesa, chamada ESSOR (http://www.essor-ong.org), desenvolve um pequeno trabalho por aqui com Agroecologia e foram eles que me convidaram para os apoiar pelos próximos dez dias. A partir de manhã irei conhecer o trabalho, visitando associações e áreas de agricultura urbana e periurbana, aqui mesmo na capital e em seus distritos.
Feira de Artesanato, Flores e Gastronomia
Hoje foi para relaxar e preparar o trabalho que começa amanhã, mas como cheguei cedo ainda tive tempo de almoçar tendo a Baía de Maputo como pano de fundo. O restaurante era internacional, não provei a comida local, mas espero ainda ter muitas oportunidades.
De tarde saí para caminhar. Fazia sol, mas não muito calor. Maputo está a uma latitude parecida com a de Torres, e justamente agora está na transição de um relativo frio para um calor que dizem é bem intenso. A cidade não é pequena, um pouco mais de um milhão de habitantes, muitos carros, mão inglesa, muitos ambulantes, muita gente. Mas não chega a ser confusa, tem um relativo ordenamento e se não chama a atenção pela limpeza, também não se caracteriza pela sujeira. Fui caminhando até um mercado de artesanato, que fica em um dos muitos Parques Municipais que eu soube existem por aqui. Alguns deles gestionados por privados, ou seja pelos restaurantes, bares, sorveterias ou qualquer atividade que se instalar no Parque. 
Show, as bolsas penduradas nas árvores
Os artesanatos são muito legais, sempre causam um impacto os motivos africanos e as esculturas feitas em ébano. Mas como eu sou chato, lamento a produção em massa de artesanato. Por definição não combina... do pouco que eu conheço da África, acho que aqui rola o mesmo que na América Latina, mudam os países, mas os artesanatos são muito parecidos. Sinal dos tempos. A arte é achar o diferente, o de boa qualidade. Mas aí são caros, e nós reclamamos... os tecidos Africanos, feitos em boa parte na Índia, lindos, daqueles que nos chama atenção, são originalmente de algodão, tingidos com corantes naturais. Agora existe profusão deles, muitas vezes sintéticos tanto o tecido quanto a tinta. Diferença de preço? De cinco a dez vezes.

Amanhã vou tentar escrever algo mais interessante... hoje foi só para aquecer. Vou dormir, prevendo uma noite de insônia, aqui são quatro horas na frente do Brasil, e este fuso já é suficiente para atrapalhar o sono de um senhor de idade...
Close em alguns dos artesanatos que vi.

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