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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Nuremberg, 12 de fevereiro de 2014.

Final de tarde no centro histórico de Nuremberg
Como previsto, hoje foi dia de Biofach. E a Feira estava muito bonita, como sempre.
É a décima vez que venho aqui e ela nunca decepciona. Agora, todos sabemos, decepção guarda sempre relação com expectativa. Esta feira é uma expressão precisa de uma Agricultura Orgânica com foco no mercado, onde os interesses comerciais normalmente se sobrepõem a alguns valores que sempre foram tão caros à agricultura orgânica. Um exemplo são as embalagens. Por mais que plástico ou tetrapaks não se coadunem com sustentabilidade, aqui elas se fazem presentes quase sempre. Existe sim um interesse em buscar embalagens mais corretas do ponto de vista ambiental, mas a necessidade de produtos circularem a longas distâncias ou se manterem durante o maior tempo possível na prateleira de um supermercado deixam estas preocupações em segundo plano.
Visual de um, dos tantos corredores da Biofach.
Bom, mas contradições desta natureza não tiram o valor da Biofach. Não existe local melhor para ver os avanços técnicos/produtivos, de processamento e mercado desta forma de produção que ainda recebe críticas tão primárias como podem ser dúvidas se é possível produzir este ou aquele produto sem usar veneno. A quantidade de frutas, hortaliças, cereais, lácteos, carnes e derivados, sucos, geleias, chás, café, chocolate, etc e etc, frescos e processados, faz com que eu tenha muito pouca paciência para responder quando eventualmente de público me perguntam: mas dá para produzir tomate sem veneno? Que preguiça...
Aqui também é um show de produtos de qualidade, tanto de sabor quanto de apresentação. Produtos absolutamente lindos. O tal do bom e bonito aqui se encontra aos montes. Verdade que não tão barato. Mas para resolver esta equação passo o dia exercitando meu esporte favorito por aqui: provar todas as amostras. Cada chocolate... uns cafés... sorvetes... e os queijos? Sem comentários! 
Sucos, sucos, sucos!
Uma das coisas que sempre me chama atenção são os sucos. De vários sabores, diferentes cores e mesclas. Deliciosos. E integrais, o que significa pura fruta. Não esta piada de néctar, que tem mais água do que suco e mais açúcar do que um refrigerante e que domina quase 100% das falaciosas prateleiras de suco em supermercados tupiniquins. Preguiça de novo.
Nesta edição da feira nos chama a atenção também os produtos Vegan. Estão em evidência. Ano passado percebemos uma profusão de produtos sem lactose e/ou sem glúten. Segue esta tendência, ainda os encontramos muito por aqui, mas parece que o momento é dos produtos Vegan.
Uma amostradas tantas bancas de produtos Vegan.
Enfim, foi um belo dia de feira. E com direito a rever muitos amigos de diferentes países, o que é sempre um prazer. No final da tarde, antes do anoitecer, ainda passeamos pelo centro da cidade, para fazer umas comprinhas e aproveitar um pouco do frio. Lindo anoitecer, com uma lua quase cheia. Jantamos cedo, estávamos cansados. Depois de uma Urquell, a famosa cerveja Tcheca, acompanhada de uma salsicha típica daqui, fomos comer um Kebab. Ontem nem contei, mas jantamos em um restaurante indiano sensacional. Um pouco de diferentes mundos ao longo do dia, todos os dias. Amo muito tudo isto.

Verduras e frutas

Reunião no stand da Alcenero, empresa Italiana.

Um comentário:

  1. Muito legal! Depois de um dia cheio daquela sensação de que este mundão não anda nada bem, ler isto devolve alguma esperança. Alguma, porque a esperança plena virá com preços que tornem esta possibilidade acessível a todos. Sempre muito bom ler as tuas crônicas, Laércio, assim como te ouvir!

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