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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Bogotá, 12 de dezembro de 2011

Igreja da Candelária - Bogotá
Estou aqui em um confortável quarto de um charmosíssimo hotel em Bogotá. Chama-se La Opera e foi montado a partir de duas casas coloniais do Bairro La Candelária, o mais cêntrico e colonial da cidade. Quase não conheço a Colômbia, vim aqui apenas uma vez, em 1998, quando estive em Pereira, capital da Província de Risaralda e passei apenas um dia aqui em Bogotá. Mas tenho uma boa impressão do país e da cidade, o que se confirmou hoje nas três horas que caminhei nas quadras ao redor do Hotel.
Confesso que cansei de viajar este ano, foi um pouco mais da conta. Definitivamente menos viagens, com mais tempo para aproveitá-las, é muito melhor. Principalmente porque se ficamos mais tempo em um lugar, como que se dilui o prejuízo, que para mim consiste na viagem em si, no tempo de aviões e aeroportos, nos inevitáveis imprevistos, atrasos, reservas não encontradas, malas perdidas, coisinhas que ficam para trás em um quarto de hotel ou na mesa de um café. Mas no meu caso nem sempre posso escolher, e não posso evitar algumas viagens relâmpagos, focadas exclusivamente no trabalho.
Viajar tanto como eu viajei este nos últimos meses tem outro efeito, que não sei explicar bem. Me deixa mais aéreo no cotidiano, como se flotasse por ele sem tocá-lo. Difícil traduzir, não sei se sei bem o que quero dizer, mas me dá uma sensação de viver o dia a dia, fazer o que devo fazer, mas ao mesmo tempo sentir como se estivesse sentado na poltrona, olhando minha vida como se fosse um filme, me colocando na condição de expectador. É involuntário, simplesmente sinto assim. Não sei se é bom para quem vive comigo, para mim é, no mínimo, uma sensação rara.
A carta - Botero
     Voltando à Bogotá, cheguei e fui direto ao Museu de Botero, pintor e escultor, o mais famoso artista Colombiano, e seguramente o maior artista vivo da América Latina. Ele é natural de Medellín, cidade ao norte do país e nasceu em 1932, tendo, portanto, apenas 79 anos. Suas figuras gordas, muitas vezes desproporcionais, são simplesmente geniais. Não sei qual a explicação, porque ele pinta assim, nem sei se é possível saber. Uma das coisas que li aqui é que ele quer ironicamente pintar os egos inflados de seus personagens, mas se fosse isto os cavalos, cachorros e crianças não seriam também gordinhos. E esculturas, como mãos ou pés, tampouco. Enfim, deve ser simplesmente como sai quando ele pinta. As explicações, como sempre, vem depois. E nem sempre refletem o fato, mesmo que sejam lógicas. O que mais gostei foi ver o seu Monalisa. É um quadro genial. Ele a reproduz, ao seu modo, gordinha. Impossível não rir ao vê-lo.
Monalisa - Botero
Depois segui passeando pelo Bairro, vi joalherias com as famosas esmeraldas daqui, lindíssimas. Muitas lojas de artesanato, ambulantes com comidas locais, ambulantes com doces, salgadinhos e refrigerantes ou produtos chineses como em qualquer lugar do mundo. Passei também em frente ao Museu do Ouro, o daqui de Bogotá é bem famoso, mas não entrei. Espero conseguir ir até quarta-feira. Passei em frente a vários outros Museus, por algumas praças e Igrejas. Pretendo ver um pouco mais entre amanhã e quarta-feira, quando já retorno para casa.
Vou me recolher, ver um pouco de TV, relaxar. São nove da noite, e amanhã cedo tenho minha palestra, quero estar bem, descansado. Amanhã conto o que vim fazer aqui. 

5 comentários:

  1. Oi amor!
    Muito legal!
    Adoro Botero - por que será? Acho que ele consegue traduzir a alma especial das gordinhas ... Assim, traga uma reprodução de uma gordinha bem linda e feliz!!! Ah, esmeraldas também são lindas ... já tenho um anel, que vc me deu ... faltam os brincos ahaha!
    Beijos e saudades

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  2. Laércio
    O fato de eu ter estado na Colômbia recentemente me faz um pouco teu cúmplice. Sinto-me um pouco aí, também. E esse chão tem um quê de Brasil.
    Abraços.

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  3. Então, agora, além de tuas palestras, temos este blog pra curtir!
    Foi ótimo viajar contigo, gostei demais do teu blog! Levo comigo uma lembrança: "Viver com asas é bom, mas as raízes fazem uma falta...".

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  4. Legal que você gostou Lenize. Por aqui faço meu diário, guardo minhas lembranças e ainda converso com os amigos. Bem bom!

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