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sábado, 10 de dezembro de 2016

Santiago do Chile, 08 e 09 de dezembro de 2016

Visual desde La Almendra
Ontem saímos de Santiago em direção ao Sul. Menos de uma hora e estávamos na parcela (o nome que os chilenos usam para sítio, propriedade, granja, finca) de Mônica, uma amiga chilena produtora de morango, arándano, aspargos, abacate, hortaliças, amêndoas e outras coisinhas mais. Sua parcela fica na comunidade de Paina, na região metropolitana de Santiago
Depois de uma pequena reunião com alguns sócios de Tierra Viva, a associação de produtores orgânicos que estaremos visitando esta semana no Chile, fomos olhar seus cultivos.
Estufa com hortliças, na parcela da Monica
Mónica entrou para Tierra Viva em 2010, pouco tempo depois de definir produzir de forma orgânica e viver nas terras de sua família. Tierra Viva surgiu em 1992, com um grupo de 30 pessoas, entre produtores e apoiadores. É a mais antiga agremiação de Produtores Orgânicos do país. Nestes quase 25 anos, muitos saíram, outros entraram, e hoje contam com o mesmo número, 30, de produtores certificados.
Casa de Hugo e Marcela
Nesta reunião, Ramón, um dos técnicos que se envolve com Tierra Viva, mencionou que seu trabalho de manejo do solo se baseia nos 3M - Matéria orgânica, Microrganismos e Minerais. Gostei disto.
Conversando, um outro sócio de Tierra Viva, Francisco, nos contou que a produtividade de morango aqui no Chile nos últimos 40 anos passou de 10 para 100 toneladas por hectare. Como? Tecnologia. Estou seguro que uma mescla de tecnologias mais e menos limpas. Não sei dizer quanto os adubos químicos e os consequentes agrotóxicos representam neste aumento. Eu diria que uma menor parte. Em outras palavras, acredito que com a agricultura orgânica se pode/poderia obter um incremento de produtividade, se não igual, ao menos semelhante. 
Detalhes estéticos: casca das amêndoas
servindo de caminho.
Depois de visitar Mônica e acompanhar o processo de certificação participativa feito realizado pelo Francisco, fomos visitar o casal Hugo e Marcela, donos da empresa El Almendro, que como nos indica o nome se dedica à produção de amêndoas orgânicas. Deliciosas. Aí almoçamos, conversamos e outra vez participamos de uma visita de avaliação da qualidade orgânica de sua proodução, desta vez feita por Mônica, responsabilizada por Tierra Viva para esta tarefa.
O lugar é lindíssimo, e o bom gosto de Hugo e Marcela se nota no cuidado com cada canto da propriedade e da casa, toda feita com grossas paredes de barro e uma arquitetura que privilegia a paisagem que a circunda.
Reunião com os representantes sdo SAG - Serviço
Agrícola e Gandeiro
Hoje amanheceu lindo, cinzento e com uma chuva fina. Quase frio. Este tempo permaneceu por todo o dia. Pela manhã usamos o organizado metro de Santiago para irmos a uma reunião no Ministério da Agricultura. Lá ouvimos uma apresentação e ficamos sabendo da situação da agricultura orgânica por aqui. Segundo Cláudio, o responsável na estrutura de governo por este assunto, tanto a oferta quanto a demanda vêm crescendo nos últimos anos. Hoje são 130 mil hectares certificados como orgânicos, sendo quase 90'% oriundo da coleta silvestre, de frutos como maqui (aristotelia chilensis). Maqui é uma frutinha original do sul do país, consumida ancestralmente pela etnia Mapuche, que também reconhecia as múltiplas propriedades medicinais de suas folhas.
Uma boa parte desta produção orgânica no Chile é exportada, principalmente frutas frescas e vinhos.
Conversa com Reinaldo, em sua casa  comércio.
Ainda antes do almoço fomos ao pequeno comércio de um conhecido de muitos anos, Reinaldo, que nos contou de sua trajetória de promotor da agroecologia no Chile e das razões pelas quais optou por se tornar um comerciante de produtos ecológicos.
O almoço foi em um restaurante na calle Holanda, chamado La Fraternal e aí ficamos, até as seis da tarde, conversando com representantes de organizações de produção ecológica sobre a realidade chilena na produção e a comparando com outros países latino-americanos.
E ainda tivemos força para jantar no Liguria, um bar – restaurante que fica perto do nosso hotel, o Íbis Providência. Gostei muito do lugar, além da boa comida e do bom atendimento, uma decoração carregada, buscando reproduzir o kitchie marcante de uma casa de pueblo chilena. E aí ficamos, entre comidas e bebidas até as duas da manhã. Minha carruagem virou abóbora e eu nem percebi...

Um dos ambientes na El Almendro

Nosso almoço no campo



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