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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Santa Cruz de la Sierra, 16 de janeiro de 2013.

Seminário sobre SPGs, Santa Cruz de la Sierra, Bolívia

Passei todo o dia hoje no seminário que organizamos aqui, nas instalações de uma ONG chamada CEPAC (Centro de Promoción de Agropecuária Campesina). Correu tudo bem e foi uma boa chance para me atualizar sobre o desenvolvimento da Agricultura Orgânica por esta parte do continente. Estiverem presentes mais de 40 pessoas, uma boa parte dela agricultores da região, algumas ONGs e associações.
Em países tão indígenas/campesinos como Bolívia, este esquema de agricultura orgânica, exageradamente normatizado, regulado e certificado não é muito sedutor. Mas por outro lado as condições socioculturais, quero dizer pobreza econômica e riqueza cultural, estimula a busca da agricultura orgânica em seu sentido mais genuíno e menos formal. E assim ela vai achando seu espaço e crescendo a seu modo.
Calçada simpática do centro da cidade
de Santa Cruz de la Sierra
Passado meu longo e pouco cansativo trabalho, arrumei tempo no fim do dia para dar uma volta pelo centro da cidade, ainda bastante quente. Só andei pelas ruas movimentadas, vi um comércio vigoroso, fazendo jus à maior cidade e maior PIB do país. E o povo comprando. Produtos, bens, coisas para todo lado! Novidades, vocês sabem, já não se acha mais, quase tudo made in China!
Com um dia com mais trabalho do que passeio, resolvi ir jantar em um restaurante típico, estilo turístico, mas cheio de gente local.  Como que para colorir o meu dia, já que o trabalho foi agradável, mas em preto e branco. Se chama La Casa del Camba  e é uma boa opção para sacar a gastronomia cruzeña. Cardápio variado, espaçoso, cheio. Comemos um menu local, no estilo vários pratos em pequenas quantidades. Estava bom, e de novo pedi Mocochinchi, o tal refresco típico daqui. Tinha musica ao vivo, tipo boleros e canções românticas brasileiras. Fiquei com pena dos cantores, parece que estavam meio deprimidos. Fui embora antes que tivesse que presenciar uma cena mais forte, tipo alguém cortando o pulso Ou que eu resolvesse cortar os meus... 
La Casa del Camba
Enfim, um dia sem grandes emoções. Mas quem precisa delas todos os dias? Às vezes é bom assim, mais tranquilito, né? 
O bom é que amanhã vamos ao campo, conhecer experiências de café, apicultura, controle biológico e ainda, de passagem, conhecer a cidade de Samaipata, que fica a 120 km de Santa Cruz e seu famoso forte, que consiste na maior pedra talhada do mundo, declarada pela UNESCO patrimônio cultural da humanidade. Depois de quase três dias de hotel, reuniões e seminários nada como um dia de visitas, pegar uma estrada, de leve, conhecer experiências locais e fazer um pouco de turismo. Boa combinação, amanhã conto como foi.

Um comentário:

  1. Laércio,
    Como sempre, texto muito bom recheado de informações interessantes sobre o local, que um "turista" comum não tem oportunidade de ver ou ainda, não tem a sua percepção!
    Saludos
    Ana

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