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domingo, 17 de junho de 2012

Rio+20, 17 de junho de 2012


Ana  Meirelles e seus amigos vegans orgânicos
         Como previsto, hoje de manhã fui direto para a Conferencia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Está dividida em duas áreas. Uma no centro de convenções, onde se concentram os debates, apenas para delegados dos países e de organizações da sociedade civil. A outra área, em frente ao centro de convenções, permite visitantes, e é uma espécie de exposição de experiências ou ideias sobre o tema da Conferencia. Stands grandes, bem montados, uma profusão de materiais para distribuição como livros, documentos, cds, e toda sorte de eco-brindes, como pendrives de madeira ou bolsas de pano. Adoro brindes.
Carro elétrico, dos Correios
     Fiquei com a impressão que esta exposição pode, e deve, ser lida como uma grande vitrine do que aqui está se chamando de Economia Verde, tema que é seguramente o mais controvertido e debatido na conferência. Os que criticam lembram uma frase de Einstein e dizem que não há motivos para crer que a mesma lógica que criou o problema, a do liberalismo econômico e sua apologia ao mercado livre, possa agora gerar as soluções. Os que defendem dizem que não  há outro caminho conhecido e concentram seu discurso a favor da economia verde na geração de novas tecnologias, limpas e/ou mais eficientes no uso de energias e materiais e na valoração de ativos e serviços ambientais, como Biodiversidade ou sequestro de Carbono.
Ônibus híbrido, elétrico e biodiesel,
Marcopolo. Exemplo de
Economia Verde.
            Claro, as empresas já se fazem presentes, incorporando de maneira mais ou menos séria a dimensão ambiental ao seu discurso. Nesta Feira que vi hoje, parte oficial da Rio+20, haviam stands de muitos Estados Brasileiros, de vários países do mundo, e de muitas empresas. Ajinomoto, Volkswagen, Coca-cola, Braskem ou a Empresa Brasileira de Correios são alguns exemplos. A preocupação destas empresas é séria? Difícil dizer, mas já que a citamos, olhem esta propaganda da VW e julguem por vocês mesmos: www.youtube.com/watch?v=6ORHynh9mjw&feature=player_embedded
Ajinomoto? Até tu, Brutus?
      Talvez se devesse exigir mais seriedade no uso de adjetivos como Sustentável ou Ecológico. É o que defende a Gro Brutland, norueguesa famosa por liderar a Comissão que elaborou o relatório que consagrou o termo Desenvolvimento Sustentável. Ela tem falado por aqui que deveriam ser criados indicadores que avalizassem o uso destes termos. Não resolveria nem superaria a discussão que descrevi acima, mas ao menos faria as empresas serem mais sérias ao vincular seus produtos ou serviços a valores ambientais.
            Depois fomos a um evento que estava rolando na PUC do Rio. Parte das atividades paralelas. É assim, são dezenas de atividades espalhadas pela cidade, todas dentro do marco geral da Rio+20, algumas da programação oficial, outras tantas não. 
Foto tirada da Cúpula dos Povos, Aterro do Flamengo.
Moldura perfeita para falar sobre  Meio-ambiente.
E ainda tivemos tempo para mais uma passada na Cúpula dos Povos, hoje lotada de pessoas locais, que aproveitavam a tarde de domingo ensolarada e com temperatura agradável para passear, ver algumas das muitas atividades culturais, ouvir um ou outro discurso. E ainda tinham tempo para fazer umas comprinhas básicas de artesanato indígena, bio-jóias, livros, DVDs. Calma gente, não há contradição aqui, isto pode, se chama consumo eco-sócio-cultural...
Amanhã vou ao Dia da Agricultura e do Desenvolvimento Rural. É um evento grande, com uma série de mesas de debates e oficinas. Tenho quatro minutos para falar em uma mesa sobre Sistemas Participativos de Garantia. Disse a quem me convidou que era pouco e ele me respondeu que era suficiente se eu fosse direto ao ponto... estou há 4 horas aqui, em frente ao computador, procurando este ponto. Não achei, vou dormir. 

3 comentários:

  1. E haja coragem para colocar uma propaganda dessas, hein? Enquanto o cara pensa, a água jorra ao léo, e as conclusões....talvez a água jorrando represente o greenwashing, não?

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  2. Vi duas vezes para acreditar: a mensagem que me chega é consumir com consciência e cuidar do meio ambiente causam desemprego?Gente, nos dias de hoje esta propaganda é um absurdo...

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  3. Sim, meio non sense esta propaganda nos dias atuais. O que mais me pira, é que se colocaram no ar, é porque eles sabem que chega, e bem, às pessoas. Enfim...

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