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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Quito, 01 de dezembro de 2015.

Bom dia Quito, do local do evento.
Hoje o dia foi intenso. Passamos o dia em trabalhos de grupo e momentos de debate com todos juntos. Como estamos em uma reunião do Foro Latinoamericano de Sistemas Participativos de Garantia, claro que este foi o tema principal. Mas não faltaram menções naturais ao desenvolvimento da Agroecologia nos diferentes países e ainda muita conversa sobre a infindável tentativa de conceituar com precisão as diferenças, se é que existem, entre os termos Agroecologia, Agricultura Orgânica e Agricultura Ecológica. Como vários outros conceitos, uma elaboração feita por um especialista não é tão complexa. Mas elaborá-lo de forma coletiva é uma tarefa draconiana. A principal razão desta dificuldade é que cada pessoa relaciona uma determinada palavra com suas vivências com esta palavra, com seu conhecimento acumulado sobre ela e mesmo com diferentes emoções vividas ao redor da sua expressão. 
Que charmosa a bolsinha do evento!
Parêntesis. Isto que acabo de escrever se tornou muito claro para mim quando comecei a compreender a força dos chamados palavrões quando ditos por uma pessoa local ou por um estrangeiro. Por exemplo, eu posso falar pinga quantas vezes quiser. Não custa nada para mim e não causa nenhuma emoção em quem me ouve. Isto no Brasil, porque em Cuba esta é a maneira mais grosseira de se referir ao órgão sexual masculino. Se no meio de um jantar familiar eu falo esta palavra no Brasil ou em Cuba, verei reações absolutamente distintas. Fechando o parêntesis, isto para mim guarda muita relação com a definição de conceitos que começamos a fazer na reunião de hoje. Repito, as palavras são demarcadas por vivências e conhecimentos anteriores e chegar a uma precisão em um conceito de forma consensuada e coletiva às vezes se torna bem difícil.
E é por estas diferentes vivências com as palavras que as vezes a comunicação pode se tornar uma tarefa árdua, mesmo entre amigos ou casais. Casais? Nossa, confesso que quase esqueci... hoje completei 28 anos de casado. Mais uma vez o trabalho me afastou de casa nesta data, mas tudo bem. Casamos e trabalhamos juntos há quase três décadas... e sabemos que esta mescla é parte do nosso sucesso. Que venham mais 28, para mim está de ótimo tamanho!
Visual do evento. 
Deixando de divagar e voltando ao meu dia, apesar de intenso ele foi agradável e produtivo. Moderar um grupo de mais de quarenta pessoas de doze diferentes países exige concentração e boa disposição. Mas ouvir as diferentes percepções e sobre as diferentes realidades, interagindo com velhos amigos e novos conhecidos é muito gratificante.
Mesmo com uma boa jornada de trabalho, o melhor do dia foi a noite. Como gentileza de boas vindas nos levaram para um jantar organizado por um chef ligado ao Slow Food, o movimento italiano que se espalhou pelo mundo, promove a boa comida local e surgiu como contraposição ao Fast Food. Jantar delicioso, com direito a boa música ao final, com dois jovens equatorianos muito talentosos.
Show, por hoje é isto, amanhã saímos às sete da manhã e passamos o dia no campo, visitando agricultores e participando de um foro local em Cayambe, uma cidade a duas horas de Quito, que fica ao pé de um vulcão do mesmo nome. Vamos viajando por entre a Cordilheira dos Andes... Parece chique né? E é. Amanhã conto.
mandaram super bem, musicas de
diferentes países latinos

2 comentários:

  1. Ótimas reflexões - importante sabermos que não estamos isolados em nossos dilemas de definir o que de fato é Agroecologia, e mais que isso, nos darmos conta que segue sendo a velha e boa Agricultura Alternativa, repaginada, mas rica em sua essência.
    E, QUERO UMA BOLSA!!! Linda demais!

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  2. Ah! se o blog é de ontem, vale registar que no dia 01 de dezembro de 2015 completamos 28 anos de casados! E estou esperando por mais 28! Pura vida!!!!

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