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Santa Ceia de Leonardo da Vinci - Cenácolo Vinciano |
Chegamos em Milão na sexta-feira, dia 16, pelo aeroporto
de Malpensa. É o principal da cidade, e não tão perto. Foi necessário um trem (€13/pessoa)
até a estação central. Para alcançar o trem, bem fácil, basta seguir as placas
com figurinhas de trem.
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Duomo de Milano! |
Nosso hotel, bastante agradável, o NYX Leonardo, foi
estrategicamente escolhido para estar ao lado estação. Excelente localização, e
na zona tem hotéis para todos os bolsos. Descemos do trem e em cinco minutos
estávamos fazendo check-in.
Uma das principais razões de virmos a Milão nesta viagem
foi ver nossos sobrinhos, Felipe e Carolina, que estão vivendo aqui. Felipe é
torrador em uma pequena rede de cafeterias, que tem nos cafés especiais o seu
foco. Chama-se ‘Cafezal’ e vale muito a pena conhecer. Conheci duas das cinco
lojas e tomei excelentes cafés, além de provar uns quitutes deliciosos.
A tarde/noite passamos caminhando com eles, passando pela
Duomo (Catedral), pela sua praça, pela famosa e belíssima Galeria Vitório
Emmanuele II e pelas ruas do centro. Lojas chiques, cafés, restaurantes, muita
gente caminhando e muito aperol spritz nas mesas dos bares ou na mão dos
turistas que, não sem razão, associam esse drink a Milão. Na hora que deu fome,
nos dirigimos ao bairro Brera. Brera é lindo, e Felipe o definiu como o bairro
mais italiano de Milão. Gostei da definição. A arquitetura, as lojinhas, o
senso estético que sempre encanta na Itália, os restaurantes com mesas na
calçada… realmente Brera é muito italiano.
Comemos um belo carbonara com vinho da casa no “Volemose
Bene”, restaurante de comida romana.
Sábado foi dia cheio. Comecei muito bem, visitando o
Cenacolo Vinciano. Deixa eu contar que, em 2016, estive em Milão e um certo dia
saí do meu hotel feliz da vida, porque iria ver a Santa Ceia, uma das icônicas
obras de Leonardo da Vinci, por quem sempre me interessei muito. Ledo engano,
cheguei e me deparei com a realidade: ingresso, apenas online e comprado com
meses de antecedência. Frustração das grandes.
Desta vez, entrei no site durante algumas semanas, algumas
vezes por dia, e consegui comprar um, apenas um ingresso. Custou 15 euros, e lamento
por Ana ter ficado de fora dessa. Bom, finalmente conheci o mural, pintado de
1494 a 1498, onde o artista tenta retratar o que se passou no instante seguinte
ao anúncio de Jesus: “em verdade vos digo que, nesta noite, um de vocês me
trairá”. Ali vemos a expressão serena de Jesus e os doze apóstolos, ao redor da
mesa, em distintas posições corporais e olhares, demonstrando seus sentimentos
e emoções diante do anúncio feito.
Cinco anos… que portal o artista terá aberto para pintar
essa cena? Terá visto a imagem, plasmada em alguma dimensão do cosmo? Ou apenas
imaginado? Ou algum anjo ou duende a ditou para ele? Bom, esse foi parte dos
pensamentos que me ocorreram nos 15 minutos que o ingresso nos permite ficar
diante do quadro.
Cumprido o desejo postergado por nove anos, Ana e eu fomos até a Cafezal Margenta, tomar um café da manhã delicioso acompanhado da Carolina e do Felipe. Passamos muito bem, conversando entre nós e com os simpáticos baristas Rafael e Gustavo.
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Torre do Castelo Sforzesco |
Depois, o programa foi caminhar. Fizemos um trajeto
clássico de Milão: Caminhamos da Praça do Arco até a Duomo. Passamos pelo
Parque Sempione, até chegar ao Castelo Sforzesco, uma belíssima construção do
século XV, uma das visitas obrigatórias para quem vem passear por aqui. Depois
do Castelo seguimos pela bela Via Dante. Alias, quem passar por ali não pode
deixar de entrar no Starbucks na antiga sede do correio. Eu sei, Starbucks não
é o melhor café e o que servem para comer costuma ser mais bonito do que
gostoso. Mas o visual dessa loja é simplesmente impressionante. Uma espaço que,
ao mesmo tempo que expressa o culto ao café, essa planta tão especial, mostra
algo dos esforços feitos para que ele chegue às nossas xícaras. Tudo isso com
um senso estético apuradíssimo. Lugar para não perder. Terminamos tomando um
sorvete pertinho da Duomo, na Venchi!
No fim do dia, outro daqueles programas que vale muito, eu
diria também imperdível: o bar “Camparino”. Milão e Campari, não apenas a
bebida, mas a empresa, são quase indissociáveis. Camparino é o bar da Campari
em Milão. Onde fica? Ora, na Galeria Vitório Emmanuelle II, ao lado da
Praça, com vista para a Duomo. Helena, minha filha, que
trabalha na Campari no Mexico, reservou a mesa e pediu uma atenção especial…
além dos 4 drinks que pedimos, nos serviram um drink cortesia de entrada e
outro para terminar. As comidinhas que acompanham são deliciosas. Recomendo
muito um happy Hour neste lugar. No final, até chaveirinho nos deram. Adoramos
a forma como fomos tratado e os drinks são deliciosos. Não à toa está colocado
sempre entre os 50 melhores bares do mundo. Depois do Camparino ainda teve
tempo, e disposição, para uma pizza. Fomos na pizzaria “Da Zero”. Muito boa!
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Lago como, desde Varenna! |
Hoje, domingo, fomos conhecer o Lago Como. Pegamos o trem
na estação central em direção a Varenna. Custou €7,80 por cabeça. Uma hora
depois, chegamos. Cidade bunitinha, à beira do lago. Não fizemos nenhum passeio
de barco, muito comum, nem pegamos o ferry em direção à Bellagio, o que permite
navegar sobre as cristalinas aguas e conhecer outra das cidades que compõe essa
bela paisagem. O que fizemos foi caminhar à beira do lago, apreciar a paisagem
e tirar algumas fotos. Os restaurantes estavam lotados, descobri que não fomos
os únicos a ter a ideia de, em um domingo de sol, passear na beira do lago!
Solução? Compramos dois sanduíches, uma cerveja e um espumante, e comemos na
praça. Bem bom! E barato.
Regressamos a Milão, reencontramos nossa turma e, ao
entardecer, fomos a outro lugar especial, que é o que não falta nesta cidade:
uma enoteca natural, perto do bairro Navigli, outro ponto que vale a pena
conhecer. A onda de vinhos naturais vem crescendo por todo o mundo, e adorei
quando o Gustavo sugeriu esse lugar. Ambiente descolado, agradável, atendimento
simpático e boas dicas de vinho. Passamos (Ana, Carol, Felipe, Gustavo, Rafael
e Humberto e eu) um fim de tarde, que nesta época, por aqui, leva horas, muito
agradável.
Isso é o que tenho para falar sobre nossos três dias em
Milão. Teve mais… mas aqui não cabe tudo!
Amanhã, segunda-feira, vamos, de trem, para Veneza. Será
que terei o que contar de lá?
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Ana e a Duomo |
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Carol, ana, Felioe e Eu na Cafezal! |
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Cena urbana de Milão |
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Nõs na Camparino! |