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sábado, 1 de março de 2025

Quito, Equador, 26 de fevereiro a 01 de março de 2025.

 

Com amigos!. Detalhe do nome do Paraninfo da Faculdade!

Outra vez no Equador. É minha décima vez aqui. Não me queixo, gosto muito deste país e de sua gente. Tanto gosto que aceitei um convite que já não faço mais questão de aceitar: dar uma palestra de 20 minutos. Acho pouco proveitoso viajar tanto para tão pouco trabalho. Mas, repito, o fato de ser no Equador e o tema, Encontro Nacional de Agroecologia e Sistemas Participativos de Garantia, quase me obrigaram a vir.  Saí de casa na madrugada de terça-feira, dia 25. Acabei chegando aqui apenas no dia 26. O voo de Brasília para Lima atrasou, tive que passar a noite em um hotel, o bonito Sheraton no centro da cidade, definido pela própria companhia aérea.

Jantar no Campina Lojana

Como disse, cheguei em Quito na quarta, 26, e, após um descanso e uma caminhada, saí para jantar com organizadores do evento. Um restaurante de comida de Loja, cidade ao sul do país, o Campina Lojana, muito agradável e com boa culinária. Jantei com a equipe de COSPE, uma ONG Italiana, que tem atuação em alguns países da África e América Latina, Brasil inclusive. Eles que me convidaram para estar aqui.

Quinta e sexta rolou o evento, que reputo como muito interessante. Fiz minha palestra, a primeira, e depois pude ouvir um desfilar de pessoas contando sobre o trabalho que desenvolvem com agroecologia e SPGs.

Já comentei aqui no blog, mas vou repetir: SPGs são os Sistemas Participativos de Garantia, o tema que mais me projetou no mundo da agricultura orgânica e agroecologia. Um método de certificação que se baseia na capacidade das próprias famílias agricultoras gerarem a credibilidade de sua produção. Se visitam mutuamente, avaliam uns aos outros, geram documentos e evidências, dão conhecimento ao público e/ou ao governo (depende do caso) e pronto, produtos certificados. 

Durante o denbate no evento!

Eu estava na gênese da elaboração deste método, lá pelos idos de 1992, então sob a denominação de “certificação participativa”.  Era uma perspectiva diferente do métodos de auditoria, definido pela norma ISO 65. Queríamos, e acho que conseguimos, criar um método que dialogasse mais com a agricultura financeiramente empobrecida do nosso continente, sem a necessidade de contratar dispendiosas empresas de certificação. De 1992 para cá, ajudei a formular e difundir o sistema, acho que posso dizer, de forma incansável. Viajei quase 40 países falando sobre isso, em alguns fui muitas e muitas vezes, dentre eles justamente o Equador. Podem imaginar como me sinto vendo um encontro nacional que discute o método, sua aplicação, limites e potencialidades, com mais de 200 pessoas e muitas experiências sendo apresentadas? Se conseguem imaginar me contem, porque eu mesmo não sei definir os sentimentos que me invadem. Mas acho que sinto algo semelhante com o que a rapaziada expressa quando fala “zerei a vida”. 

Dando minha palestra!

Fora do trabalho, pude passear um pouquinho. O hotel que fiquei, ZenHotel, é próximo à Plaza Foch, uma espécie de centro nervoso da noite em Quito. Caminhei até ela, na quarta-feira à tarde, apenas para relembrar momentos que vivi por aqui. Parei na cafeteria Juan Valdez, uma espécie de Starbucks Colombiano, não porque o café seja tão bom, não é, mas para reativar memórias. Tomei um café gelado, destes que parece um milkshake, lendo “A insustentável leveza do ser”. 

Hoje de manhã ainda tive tempo de ir a “Capilla del Hombre” y a “Casa-museu Guayasamin”. Programaço! É a terceira vez que venho e, se voltar a Quito, venho de novo. Vou colocar algumas fotos abaixo. Eu realmente adoro sua obra, um pintor que retrata a América Latina, seus povos e suas dores com um traço único e que sempre me tocou. Ele se junta a tantos outros artistas de sua época que militavam por um continente mais justo, livre e independente. 

Era também da escola dos muralistas latino-americanos. O evento que participei foi na Faculdade de Jurisprudência da Universidade Central do Equador, e lá está um lindo mural feito por ele! 

Se você vier a Quito, visitar Guayasamin é obrigatório!

Estou terminado de escrever esse post hoje, sábado, final da tarde, enquanto espero meu voo, na sala VIP (voar muito tem suas vantagens) da Latam, no aeroporto Mariscal Sucre. É isso aí. Agora voo para Lima, depois Guarulhos, logo Porto Alegre e, ainda, um carro para Torres!

Cabeza de Napalm - referencia às
vitimas do vitnam

El Mestizaje - neste quadro, faz menção a
sermos um continente de muitas raças.
Diz ele que retrata nesta obra uma menina
que está acordando depois de
quinhentos anos - a América Latina.

Rostos! 

Voisual de fora da Capilla del Hombre



Lágrimas de Sangre - lindíssimo!


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