Uma das tantas praias de São Tomé
São
Tomé e Príncipe é um pequeno país, conformado por duas ilhas. A ilha de São
Tomé e a ilha de Príncipe. As duas juntas perfazem uma área de mil quilômetros
quadrados. Só pra dar um exemplo, o município de Vacaria, no RS, possui três
vezes essa área. Sim, é uma país com uma extensão territorial muito pequena. O
que não o deixa menos interessante, talvez seja exatamente o contrário, esse
tamanho lhe dá um toque todo especial.
Essas ilhas eram desabitadas e na chamada
época dos “descobrimentos” foi colonizada por Portugal, ainda no século XV, que
a utilizou como local de “aclimatação” dos negros escravizados em outras
partes, principalmente Angola. No início, para colonizar a ilha, foram enviados
degredados portugueses, que colaboravam nessa “domesticação” dos negros que
chegavam. Isso dos 1500 até os 1800. Posteriormente, com o sucesso obtido com
algumas culturas no Brasil, como cana de açúcar, café e cacau, começaram esses
cultivos também por aqui. O modelito, aquele já nosso conhecido: portugueses,
com trânsito na corte, ganhavam ou compravam, a troco de quase nada, terra,
escravos e privilégios, com a obrigação de gerar riquezas e pagar tributos.
Chegavam aqui, organizavam suas “roças” (fazendas), deixavam tudo na mão de um
capataz local, e voltavam para a metrópole. Via de regra, vinham aqui uma vez
por ano, ou menos, de preferência na gravana, estação onde as chuvas dão trégua
e o calor ameniza. Os que possuíam menos terras viviam seus momentos de glória,
ainda que caricata, nessa distante, calorenta e embicharada ilha tropical. As
roças mais “fortes”, com cana, café e, principalmente, cacau, davam aos seus
proprietários recursos que lhes permitiam uma vida burguesa na terra pátria ou
Paris, centro de interesse das cortes europeias.Casa típica, colonial, na cidade
Hoje,
domingo, caminhei cedo pela cidade. O visual geral é pobre. As ruas não são
limpas nem particularmente sujas, ainda que em alguns pontos vemos um acúmulo
de lixo indesejado. Muitas casas decadentes, com suas paredes descascadas
clamando por pintura e madeiras lutando contra os indesejados cupins. Coisas da
vida: trópico unido, a vida aqui vive com muita pressa, instala-se e se
desenvolve com muito vigor. Em Belém ou Manaus não é nada diferente! Na rua,
vê-se alguns pedintes, algumas pessoas dormindo sob as marquises. Outra vez,
nada diferente do que vemos no Brasil. Mas sim, vou reforçar para que não reste
dúvidas: o visual geral é bem mais pobre do que normalmente vemos em nosso
país.Praia suja... de onde o lixo?
Meu ou teu... trazido pelo mar...
No
final da manhã, fui ao escritório da Adappa, ONG local, onde será a maior parte
das atividades de formação nesta semana. Já havia estado nesse local na última
vez que estive por aqui, mas era necessário ver o espaço reformado e preparar
algumas das atividades da semana. Bom lembrar que estou aqui a trabalho… pela
tarde fiquei no quarto, entre descansar um pouco e preparar algo das palestras
e dinâmicas da semana. Pela noite, chegaram a Flávia e a Bárbara, provenientes
da Alemanha. Trabalharemos em equipe esses dias e nos reunimos brevemente
durante o jantar para alguns ajustes necessários.
Mas
tive sim tempo para almoçar bem, no restaurante Pirata. Um filé de atum com
purê de batata doce, precedido de um tipo de rissoles, feito com massa de
farinha de milho e fruta pão, com recheio de peixe. Acompanha um molho à base
de coco e ervas locais. O local muito agradável, em uma varanda de madeira
praticamente sobre o mar. Restaurante Pirata - muito bom
atum com pure de batata dobe
e alguns legumes
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