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terça-feira, 16 de julho de 2019

São Tomé e Príncipe, 14, 15 e 16 de julho de 2019


Reunião com Sr Francisco Ramos, Ministro da Agricultura de
São Tomé e Princípe
E meus últimos dias em São Tomé passaram-se entre passeio no domingo e trabalho na segunda e terça-feira. O resumo da estadia de uma semana neste país é que foram dias agradáveis e, sobretudo, interessantes.
Vista da praia dos governadores
Domingo foi dia de domingar: estiquei a manhã no lindo hotel onde estive três noites, o Roça Santo Antônio. No final da manhã peguei o carro e fui do oeste em direção ao leste da ilha, passando pelo norte, na única estrada disponível. Cheguei até Neves, uma cidade importante, parece que a parte mais piscosa da ilha. Não prossegui até Santa Catarina, onde acabaria a estrada, que não nos permite circundar toda a ilha. A falta de algumas infraestruturas básicas é uma característica deste país, é claro que antes de estrada resolver problemas de saneamento, educação ou saúde é prioritário.
Alguns quilômetros antes de chegar a Neves, a estrada bordeia o mar, sendo particularmente bonita. No caminho passei pela praia de Micolo, onde mulheres assavam peixes e frutos do mar em pequenas grelhas, famílias almoçavam e homens bebiam Rosema, a cerveja local. 
Praia Lagoa Azul.
Segui até a Praia dos Governadores, onde parei apenas para tirar umas fotos. Segui viagem e mais adiante vi a por todos indicada Praia da Lagoa Azul. Uma pequena baía, de fato lindíssima. Saí da estrada e em poucos metros cheguei até a praia, quase vazia, vi apenas um casal de turistas e uma dezena de locais que foram preparados para o almoço e, a julgar pela quantidade de cerveja, para a festa. Afinal, era domingo.
Conversa com agricultoras/es em Santa Luzia
Segunda-feira fomos para a comunidade de Santa Luzia e passamos o dia visitando parcelas, pequenas áreas onde agricultores e agricultoras cultivam hortas, com tomate, pimentão, cenoura, vagem. Vi pouco conhecimento das culturas por parte das famílias, cultivos deslocados em relação ao potencial do local, manejos que praticamente desprezam o que a natureza oferece e propõe. Conversamos muito e tentei dar algumas sugestões. Ali no campo, sentindo o calor no lombo, vendo e dialogando com a vegetação local, podemos facilmente perceber que cultivar cenoura ou tomate nessas condições é como criar um cão esquimó no trópico. Até dá, mas não é apropriado e o trabalho fica exagerado... enfim, este colonialismo vegetal, onde todos queremos tomate ou alface em nossas saladas, leva a essas situações pouco recomendadas na agricultura. Uma das causas de degradação ambiental na agricultura é essa pressão por alimentos pouco adaptados.
Ontem, no final da tarde, tive em uma breve reunião com o Ministro da Agricultura, com os integrantes do Projeto OM4D - sigla em inglês para mercados orgânicos para o desenvolvimento. Este Projeto é capitaneado por IFOAM - Organics International, e são eles que me contratam para estar aqui estes dias. 
E terminamos o dia em um jantar na casa do Carlos Renato, Presidente da Adapa, ONG que faz o papel de anfitriã enquanto estou por aqui, junto com outros companheiros com quem trabalhei esses dias. Tudo muito bom. Comi um excelente Calulu de Peixe.
Hoje fomos à comunidade de terra batata, visitar uma área que é da Igreja Apostólica e que se pretende seja demonstrativa em agricultura biológica. Vi Pimenta do reino, café e horta. Área interessante e com alto potencial de cumprir o que dela se pretende.
Micolo

Café sombreado
E agora estou no Café Central, do mesmo Hotel Central onde dormi os últimos dois dias, escrevendo e esperando minha carona para o aeroporto. Passei exatamente uma semana neste pequeno e, uso outra vez a mesma palavra, interessante país. Daqui vou para Lisboa e de lá para Colônia, Alemanha, onde tenho uma reunião na sexta-feira.
De lá conto!

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