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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Guatemala - 06 de julho de 2011.

Centro de Antígua Guatemala
Levantei cedo hoje e cumpri o combinado. Combinado comigo, digo. Encontrei um bom taxista, indicado pelo hotel, e fui a Antígua Guatemala, cidade fundada em 1543, e que era a capital não apenas da Guatemala, mas de toda a capitania hereditária que posteriormente se transformou naqueles que hoje são os diferentes países da América Central. 
Muito legal. Cidade colonial, com muita história, não apenas ligada à colonização espanhola, mas também à civilização Maia.Vou contar uma das coisas interessantes que vi e ouvi hoje. Na época da colonização uma das estratégias dos conquistadores era a conquista religiosa e a extirpação da idolatria. Esta tarefa foi desempenhada pelos Jesuítas, que conscientes ou não do que faziam, cumpriam a tarefa de liberar ou salvar os indígenas de seu paganismo, uma das razões segundos os Jesuítas, do seu atraso e barbárie.
Escombros da antiga Catedral
Pois bem, isto envolvia construir Igrejas. A de Antígua foi feita onde? Como em outras cidades do continente, em um local sagrado para os Maias. Sacou? Com isto, aproveitavam o local onde os Mais já frequentavam para fazer seu culto ao Sagrado, o que poderia facilitar o culto ao novo Deus Cristão. Em 1773 houve um grande terremoto que destruiu a Catedral. Hoje existe uma pequena Igreja, ao lado das ruínas da antiga Catedral dizimada. No meio das ruínas podemos ver uma pequena capela, um piso abaixo, onde estão as imagens de Jesus, Maria e José. Este era o local Sagrado dos Maias. Até hoje eles, diariamente, fazem aí suas orações e oferendas, agora na forma de moedas. E são Maias Católicos, na sua grande maioria! Eficiente a estratégia da Igreja, não? 
Fora isto, fui a uma fábrica de joias tendo o Jade como pedra principal, com peças muito bonitas, e aí mais uma vez eu ouvi sobre a cultura Maia, assim como em lojas de artesanatos ou com algumas pessoas com quem conversei na rua, por um ou outro motivo. É um país indígena, parece que metade da população é de diferentes etnias Maias, com outra parcela importante de mestiços. Basta caminhar na rua e olhar as fisionomias para confirmar isto.
   De tarde, trabalho. O evento hoje começou com duas palestras, com debates posteriores. Uma sobre construção de territórios e outra sobre a extração mineira no México e a ofensiva das empresas mineradoras sobre Territórios Indígenas ou Camponeses, com aval e apoio do Estado Mexicano. Triste realidade que se repete em outros países, seja com extração mineral, madeira, água e vários outros recursos naturais. Apesar desta triste realidade que se repete em vários locais, do continente e do mundo, me cansa um pouco este tipo de apresentação e discussão com foco no problema e não na solução. Não quero ser simplista, sei que é necessário entender e dissecar o problema para tentar superá-lo, mas em eventos onde já sabemos quem somos e com que trabalhamos, esta etapa, da denúncia, poderia ser suprimida, ou, no mínimo, abreviada.
    Amanhã, minha vez. Vou falar sobre “Soberania Alimentar e Construção de Territórios”. Sempre fico nervoso antes de uma palestra e ainda tenho que terminar de preparar. Vou lá fazer isto e depois, dormir. Quero estar inteiro amanhã.
Bar no centro de Antígua

2 comentários:

  1. Oi Laercio
    Passei duas semanas em Antigua, estudando espanhol e morando em uma casa de família. AMEI! Quero muito voltar. Dos 540 estudantes que a família que me hospedou recebeu, somente 1 brasileiro (eu). O país é lindo e sofrido, que bom que pouco a pouco estamos nos aproximando deles.
    Adorei o blog. Vou voltar sempre e colocar um link lá no Alimento Para Pensar.
    Abraços
    Roberta

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  2. Legal que você gostou do Blog, Roberta. Sim, o país parece super interessante, esta minha passada por lá foi só para aguçar a vontade de conhecer!!!

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