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terça-feira, 27 de maio de 2025

Tallinn, Estônia, 24 a 27 de maio de 2025.

O bonitão na linda praça da cidade velha de Tallinn!

Saímos de Helsink no sábado de manhã, dia 24, em direção a Tallinn, capital da Estônia. Fomos de navio da Viking Lane. Um navio enorme, de oito andares, com restaurantes, bares, máquinas caça níqueis, música ao vivo, lojas. Duas horas e meia que passaram voando, e estava tão agradável que até queríamos que fosse mais. Atravessar o Mar Báltico, mais especificamente pelo Golfo da Finlândia, tem seu charme, e nos sentimos muito chiques nesse nosso momento “Cruzeiro pelo Mar Báltico!”

Escrevendo no navio - sempre bom...

Chegamos no Porto de Tallinn e fomos caminhando até o hotel. O Swissôtel fica a um quilômetro de distância e, apesar das malas, achamos que seria legal ir caminhando e reconhecendo o terreno. Não nos arrependemos.

O hotel, excelente por sinal, fica a uns 600 metros do Centro Histórico. Estava chovendo e frio, mas isso não nos impediu de dar um lindo rolê.

Estar em Tallin é uma viagem. Nunca foi meu sonho conhecer, Estônia não é um pais sobre o qual eu tenha lido ou me interessado em algum momento da minha vida. Entrou no nosso roteiro meio de supetão, e aqui estamos. A impressão que levamos é a melhor possível. Tallinn é uma cidade moderna, vibrante, o visual do povo transita entre o descolado e o chique. Estônia é um pais rico, o mais rico dentro os chamados países bálticos. Sua área é de 45 mil km2, equivalente ao estado do Espírito Santo. Tem 1,3 milhões de habitantes, e uma população em declínio que preocupa as autoridades, e nesse quesito se soma a muitos outros países europeus. Já há muitos anos oscila entre o 20º e o 30º país do mundo em IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), o que demonstra a qualidade de vida de quem vive aqui. Foi ocupado pelos nazistas durante a segunda guerra, depois pelos soviéticos e se tornou parte da antiga URSS, voltando a ser independente em 1991. Quer saber mais sobre isso? Pois visite o mui interessante Museu da Ocupação e Liberdade. Pagamos 15 euros por pessoa e nem de longe nos arrependemos. Trata de forma muito original essas situações vividas pelo país no seu passado recente. 

Igreja Ortodoxa

Caminhando atentamente pela cidade é fácil se deparar com menções negativas à Rússia, como a que vimos no ótimo restaurante Odessa, recomendo muito, de comida Ucraniana, ou em frente a embaixada deste país da Rússia. Estônia tem uma extensa fronteira com a Rússia, e o inimigo dorme, literalmente, ao lado. Não é por outra razão que Estônia fez todos os esforços para entrar na União Europeia e, principalmente, na OTAN.

A cidade antiga, considerada patrimônio histórico da humanidade pela Unesco, remonta ao século XIII, quando foi construído o Castelo de Toompea. Se mantém muito original, pois ter sido invadida pelos nazistas e depois, por terra, pela Rússia, não fez dela alvo de bombardeios durante a segunda guerra. Remontando à sua fundação, viajamos no tempo, pois a história conta que, no século XIII, em 1219, cruzados dinamarqueses tomaram o castelo de madeira que existia no alto da colina e o remodelaram. Pois olha que interessante: O reconstruído Castelo de Toompea, (e sua torre Pikk Hermann), ainda domina Tallinn, e hoje abriga o Parlamento da Estônia, construído nas primeiras décadas ao século XX. Essa parte da cidade é imperdível, e não tenho como colocar aqui fotos que demonstrem como ela é bonita e interessante. Vocês vão ter que vir conhecer!

Monges fantasmas no jardim
do Rei da Dinamarca.

Muitos outros lugares que merecem ser vistos ficam na área do Castelo: O Jardim do Rei da Dinamarca, a Torre da Donzela, onde hoje funciona um café, a incrível Igreja Ortodoxa do Santo Alexandre Nevsky e a Catedral da Santa Virgem Maria. Alguns privilegiados pontos de vista da cidade também estão nesta área do Castelo.

Por curiosidade, entramos na Igreja Ortodoxa. Fotos são proibidas. Ela é pequena e suntuosa. O pé direito, enorme. Sustentada por oito colunas quadradas, ornamentadas com belos desenhos. Muitos Santos pintados nas paredes, ou em quadros, mas não vi nenhuma escultura. Não tem bancos para os fiéis sentarem, não sei como seria uma missa, quem sabe existe outro ambiente vedado aos turistas. Vi também muitos candelabros e muita gente comprando velas e acendendo. Muito bonita por dentro, impressionante por fora!

Outro ponto imperdível em Tallinn é a praça no coração da cidade antiga (Raekoja Plata). Cercada de restaurantes, cafés e algumas lojas de produtos locais. Além de passear pela praça, pequena, a dica é se perder pelas ruas que saem por todos os seus lados. Aliás, caminhar é a regra por aqui, para poder observar com carinho os detalhes da sua arquitetura. Nesse caminhar, perto da praça, achamos o melhor restaurante que comemos em Tallinn: o “Rataskaevu 16”. Não deixe de ir!

Gostamos muito do bairro Telliskivi. No meu tempo eu chamaria de alternativo, hoje acho que é hipster. Muito agradável passear por ele, sentindo e absorvendo algo da sua atmosfera. Paramos para beber e comer algo no restaurante F-Hoone, outro lugar totalmente rcomendável. 

Telliskivi

Essa crônica escrevi ao longo dos três dias que passamos em Tallinn. Uma parte dela na livraria Raamatud. Chamou nossa atenção estar escrito ser a mais antiga da cidade e entramos. Linda! Dois andares, toda de muito bom gosto, música suave no ambiente, aquela atmosfera que só uma livraria nos dá. Os livros infantis um espetáculo à parte. Funciona um café também. Sentei em uma das tantas poltronas que estão espalhadas pelo espaço e escrevi um pouco. Que momento…!!!

Uma observação: tanto em Helsink quanto aqui em Tallinn vi muitos indianos. Pareciam mais moradores do que turistas. E também, claro, enormes grupos de chineses, esses sim, a maioria turistas, sempre ruidosos e ocupando muito espaço. Chamou minha atenção, afinal são os presidentes e vice-presidentes do mundo!

As três casas

Hoje, quinta-feira, de manhã, ainda tivemos tempo para uma volta, nosso ônibus para Riga sai às duas da tarde. Além de ser o dia mais ensolarado, embelezando ainda mais a mistura de arquiteturas gótica, medieval, soviética e moderna, ao menos são as que reconheço como mais visíveis por aqui, fomos a dois pontos que haviam “faltado”. As três casas: um conjunto de edificações que remontam ao século XIV, sim, quase setecentos anos! Lindas! E fomos tomar um café, nem queríamos tomar café, mas queríamos entrar no Café Maiasmokk, de 1864, o mais antigo da cidade. Bonito, valeu a pena!

Para terminar, vou de novo mencionar o Swisshotel. É o prédio mais alto da cidade. Tem um bar e um restaurante no topo, com lindas vistas da cidade e do Mar Báltico. Ficamos em um belo quarto também em um andar muito alto. Como o sol se põe depois da dez da noite e regressa às quatro, com longos entardeceres e amanhaceres, curtimos visuais lindíssimos. Hoje deixei as janelas abertas, 2h30 acordei e estava claro. Espetáculo!

Uma última coisa: estamos a seis horas de São Petersburgo. Sempre quis visitar a Rússia, não será desta vez. Não sei se me perdoarei…

Era isso. Partiu Riga!


Centro histórico de Tallinn

Centro histórico de Tallinn

Visual do quarto do Swissotel

Centro histórico de Tallinn

Protesto em frente  embaixada da Rússia.


2 comentários:

  1. IARA BORGES ARAGONEZ30 de maio de 2025 às 05:00

    Passeio incrível Laércio! Valeu a decisão repentina de incluir no roteiro. Relato delicioso 💕

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  2. Começando a "viajar" nessas narrativas e já tô amando.

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