Pesquisar este blog

sábado, 31 de maio de 2025

Riga, 27 a 29 de maio de 2025.

 

Um dos tantos aspectos da cidade velha de Riga, à noite!

A viagem de Tallinn para Riga, de ônibus, foi muito agradável, com uma paisagem bonita. Considero a oportunidade de viajar pelo interior dos países bálticos, vendo um pouco da paisagem rural, única. Viemos na empresa Lux Express e a passagem custou 15 euros - ofereceram água e um café que não tomei. Não tem parada para descer, comer ou ir ao banheiro, foram 4h30 direto até o destino final.

Na verdade, não tão direto, porque entramos na rodoviária de Pärnu. É uma cidade-balneário, muito bonitinha, com suas casas de madeiras típicas e jardins bem cuidados. Todos os lugares pelos quais passamos nesta viagem pela Europa nos despertaram desejo de ficar um pouco mais, de conhecer um pouco melhor.

Chegamos em Riga às seis e meia. Rápido checkin no hotel, o Pullman Riga, uma bela decepção, e fomos dar uma volta no Centro Histórico. Uma terça-feira, imaginei algo meio burocrático, mas ledo engano. As ruas estavam animadas, músicas em vários bares, gente caminhando, cervejas e drinks nas mesas, muitos, mas muitos lugares convidativos. Fomos ao Duval, uma cervejaria com opções superinteressantes. Pedimos um pão com alho, à moda deles, um Camembert frito e uma vitela fatiada com molho de atum. Tudo delicioso, mas muito bom mesmo, até essa insólita mescla de fatias de carne com molho de atum. Tomamos uma cerveja belga e outra local, pint, servida em lindos copos. Pedimos também, e nos deram, um entardecer às nove da noite, boa música ao fundo, uma praça iluminada na frente, edifícios de contos de fada como moldura. Que canto do mundo bonito e agradável é Riga.

Detalhe de uma janela em 
estilo romano, no prédio 
mais antigo da cidade, 
século 13.

No dia seguinte, ontem, começamos com uma visita guiada pelo centro histórico. Marcamos pelo app da Civitatis, são gratuitas, mas a gorjeta no final é meio obrigação. Foi bem legal, mas são tantas coisas que o guia fala que depois de uma hora já estou casando. No fim, samba do crioulo doido, troco tudo, fico sem saber de nada. Se vocês me ouvirem explicando algo sobre Riga saibam que, provavelmente, estou misturando estações!

Mas sim, vale a pena fazer essas visitas, nos dão uma noção melhor do que estamos visitando e nos dão pistas de lugares para ver e comer.

Letônia é um território que foi alvo de disputa durante os últimos 800 anos. Livre, livre mesmo, quase que apenas de 1991 para cá, quando se livrou do jugo da URSS. Antes, esteve ocupada por Russos, Suecos, Poloneses e Alemães. Como quem ganha a guerra é quem conta a história, esses últimos são reconhecidos como os fundadores de Riga, tal como a conhecemos hoje, cuja data de fundação é considerada no século XIII. O responsável por essa façanha foi um Bispo alemão, da cidade de Bremen. Veio para acabar com o paganismo, que imperava nestes lados, e impor o Cristianismo. Pagão, por definição, para os cristão, são os não cristãos. Não significa não ter religião… segundo as conversas que tive aqui, na idiossincrasia pagã do povo letão, a ligação com a natureza é a forma como eles se conectam com o que nós chamaríamos de Divino. 

Igreja de São Pedro

A igreja que o tal Bispo de Bremen fundou é a Catedral da cidade, linda e imponente por fora, relativamente simples por dentro. Ao longo dos séculos, já foi Luterana, Católica, ortodoxa, umas e outras vezes, dependendo do ganhador e da guerra do momento. Imagino Jesus lá no céu feliz de ver as cabeças rolando em nome Dele. Como Ele já disse que “haverá um dia que Deus será adorado em espírito e nãos nos templos”, fico pensando se os pagões, os não cristãos, não estão mais próximos do Cristo cristão do que os cristãos.

Mudando de assunto, a cidade é cheia de lugares bacanas para comer ou beber. Vou contar os que gostamos, quem sabe pode ser útil no dia que você decidir vir a Riga:

A padaria “Smilsu Pulkstenis”, que doces! O café “Parumāsim”, vale muito pelo ambiente agradável! O restaurante “Lido”, comida da Letônia exposta em buffet, onde você aponta e o cara serve. Fácil, simples e bom preço! O “Duval”, que já comentei acima. Vou citar também, como ponto de interesse, além das igrejas, da casa dos cabeças negras, do parlamento e do palácio do governo o Kronvalda parque. Nele, encontramos a Igreja ortodoxa da natividade. Muito interessante, tenho visitado algumas igrejas ortodoxas, e possuem uma estética interior bastante peculiar, além das cúpulas externas que são belíssimas.

Casa dos Cabeças Negras

Chamou minha atenção os muitos galos pela cidade. Artesanatos, desenhos em paredes, cúpulas de Igrejas. Essa é uma forma dos cristãos se identificarem, já que Jesus aponta que Pedro o negará três vezes antes que o galo cante. Por diferentes razões, cristãos podem ver como oportuno ou necessário substituir a cruz por um galo.

Vi também muitas janelas falsas. Sim, falsas, pintadas na parede. Procurei saber porque. Adivinhem? Evitar impostos. Sim, a Igreja/estado achou por bem, em dado momento, cobrar impostos pela luz de Deus que entra nas casas. Achei justo! Para fugir deste imposto, as pessoas apenas pintavam uma janela na parede. Achei justo também!

Também são muito buscadas para visitação aqui em Riga duas estátuas! Uma do gato sobre o telhado. Está justamente sobre o prédio da cervejaria Duval. Foi feita por um comerciante, que não foi aceito no clube de comerciantes da cidade. Mandou que colocassem o gato em uma posição como se ele estivesse cagando no prédio vizinho, sede do tal clube. Gerou insatisfação, controvérsia e, ao fim, um acordo: virar a posição do gato, ele que cague na cabeça de outro, para ser aceito no clube! Assim ficou!

Músicos de Bremen

A outra estátua é dos músicos de Bremen. Lembram da história dos Irmãos Grimm? Os quatro animais, burro, cão, gato e galo que foram mandados embora d casa e resolveram virar músicos. Pois é! Como Riga foi “fundada” por um Bispo de Bremen, recentemente a cidade alemã doou essa estátua como símbolo da união dos dois povos. Você vai ver que o focinho dos animais está mais brilhante. É porque alisar eles dão sorte!

Hoje de manhã fomos à dois lugares muito legais. Primeiro caminhamos até a rua Alberta. Ela é o símbolo maior desta parte da cidade, com muitos prédios construídos no estilo Art Noveau, na segunda metade do século XIX. Linda!

O outro foi o bairro comunista. Achamos uma onda, as casas de madeira mais antigas, o imponente prédio mais alto da cidade, construído pela União Soviética para mostrar sua força e poder. Pode ser que tenha sido apenas o fato de estarmos sugestionados pelos fatos históricos, mas vimos decadência nas casas e mais pessoas envelhecidas nas ruas. 

De lá retornamos caminhando e passamos pelo mercado de Riga, considerado o maior mercado da europa. São muitos galpões, construídos há cem anos, a partir de esqueletos de hangares de Zeppelins, isso mesmo, Zeppelins, já que parece que o alemão que o inventou, e lhe emprestou o nome, se casou com uma letã rica que financiou parte das suas invenções. Realmente impressionante o mercado central de Riga! Nos chamou atenção principalmente as flores, as frutas e os peixes! Mas tem realmente, como eu adoro ouvir, “de um tudo”.=Nos chamou atenção principalmente as flores, as frutas e os peixes! Mas tem realmente, como eu adoro ouvir, “de um tudo”. 

Esse é o meu relato da inesquecível Riga, capital da Letônia, um dos três países conhecidos como Bálticos. Não sei se volto, mas mereceria uma outra visita.

Agora, no aeroporto, esperando o voo para Cracóvia. Vamos ver o que nos espera em terras polonesas!


Edifícios da época comunista,

 atualmente a Academia de 

Ciências da Letónia


Rua Alberta

Parque Kronvalda

Aspeco de Riga

Banca de flores no mercado d eRiga

Riga!

Casas de Riga


Quase todas as janelas desta 
casa são pintadas.




Um comentário:

  1. Linda viagem achei os lugares um tanto bucólicos, parece q não tem muita gente… adorei a história das janelas, como é frio, tudo bem, imagina no patropi!

    ResponderExcluir