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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Abadiânia, 13 de Junho de 2013.


Frente da Casa D. Ignácio de Loyola, Abadiânia, Goiás.
Meu segundo e ultimo dia em Abadiânia. Já estou com saudades.
Acordei cedo e fui para a Casa. Aqui todos se referem assim, Casa. Curioso que não traduzem a palavra. Falam Casa, mesmo em inglês, alemão ou francês. Cheguei cedo, antes do início, por volta das sete da manhã e já estava cheia. Mas ainda não lotada, e com um pouco de paciência consegui um lugar bem na frente. Queria observar mais de perto as cirurgias visíveis.
O único momento que vi o médium João de Deus
caminhando pelo pátio, este com uma pasta preta.
E elas aconteceram. Pude ver de perto uma incisão no peito de um rapaz e na garganta de outro. Superficiais, mas o suficiente para sangrar um pouco. O procedimento é rápido e logo eles são colocados na cadeira de rodas que está a postos e são levados para uma espécie de enfermaria, onde ficam por horas deitados em camas com lençóis brancos. Assim como ontem também vi raspagem no olho com uma faca, a de hoje pareceu mais profunda, e outras cirurgias onde o médium só coloca a mão na pessoa e ela meio que desfalece, sendo imediatamente amparada e levada para esta mesma enfermaria. Sempre que termina ele fala: já está operada, pode levar.
Mas, como eu disse ontem, a maioria das cirurgias é em uma sala, onde apenas ficamos em oração. As salas são ecumênicas. Mistura crucifixos, imagens de santas, muitas fotos de Jesus e D. Ignácio, alguns outros personagens como Oswaldo Cruz, o próprio João de Deus e uma reportagem da Oprah na parede, no chão cristais enormes por todos os lados. Passado um tempo, 40, 50 minutos, o médium aparece na sala e fala esta mesma frase, no plural: aqui já estão todos operados, podem liberar.
Explicação depois da cirurgia, no pátio da Casa.
Foi o que aconteceu comigo. No início da tarde, depois de umas cirurgias visíveis, que são feitas no salão grande, à vista de todos, o médium, melhor dizendo a entidade incorporada no médium, perguntou quem gostaria de ser operado. Ali mesmo decidi que queria. Dirigi-me a sala, fiquei sentado, meditando, em oração. Fui operado, só não sei de que.
Gostei da ideia de passar por esta cirurgia. Muito na onda de ser a limpeza espiritual que aqui eles dizem que acontece nos casos onde a pessoa não tem um problema de saúde aparente. E quem sabe se não fui liberado de algum problema futuro? O fato é que estou me sentindo bem, melhor do que quando aqui cheguei. Se vai durar, não sei. Depois conto.
Fim de tarde, o povo de branco
voltando para suas casas
Fiquei hoje olhando as pessoas sendo atendidas e pensando. Imagino que poucos vêm procurar uma cirurgia espiritual sem ter feito já um périplo por médicos, psiquiatras ou livros de autoajuda. É o caso dos com quem eu conversei nestes dois dias. Os tempos são difíceis, é justo que diferentes caminhos sejam tentados. Deste aqui eu gostei muito, vai para o meu cardápio de soluções para tempos não tão fáceis.
Interessante Abadiânia, interessante o médium João de Deus e sua Casa D. Ignácio de Loyola. Interessante a atmosfera e o povo de branco, o ar cosmopolita dentro e em volta da Casa, o clima de fraternidade entre as pessoas. Natural este clima, quem está aqui em sua maioria está com dor (e quem não está?), e a dor irmana.
Recomendo. Eu gostei muito de ver, conhecer, sentir. Um check-up anual na Casa pode ser uma boa ideia. Veremos.

As pessoas chegando na casa, pela manhã.

O busto de D. Ignácio de Loyola, patrono da Casa

Cristais sendo vendidos.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Abadiânia, 12 de Junho de 2013.

Visual da Casa D. Ignácio de Loyola, Abadiânia, Goiás
         Este blog a principio é para minhas viagens internacionais. A de hoje entra como exceção, já que ela é dimensional... Estou em Abadiânia, cidade que fica entre Goiânia e Brasília. Cidade pequena, típica desta região do país, cortada em duas pela Belém-Brasília, com sintomas visíveis de pobreza e desorganização. Até aí, nenhuma novidade. Mas em um dos seus bairros a fisionomia muda. Ao nos aproximarmos da Casa Ignácio de Loyola (www.joaodedeus.com.br) parece que entramos em outro mundo. Inúmeras pousadas, todas simples, todas com nomes de Santos ou com alguma referencia religiosa. Café, lojas vendendo artesanatos, pedras, ervas medicinais, roupas brancas. Caminhando por este lado da cidade, português é o idioma menos ouvido. Além do Inglês, ouvi Francês, Alemão, Espanhol. O café que estou agora tem cardápio em Inglês. 
Mas não é só a presença de estrangeiros que dá a este canto do mundo um ar diferente. A maioria das pessoas veste branco, da cabeça aos pés. A música no ar, nos diferentes cafés, pousadas e restaurantes, é invariavelmente de meditação. A fisionomia das pessoas exala algo diferente, não sei definir bem, mas entre a dor e a paz, sentida ou buscada.
O que faz esta parte de Abadiânia assumir esta atmosfera de outra dimensão é a presença do médium João de Deus. É ele quem atende na Casa Ignácio de Loyola, Santo Católico e fundador da Companhia de Jesus. João de Deus é famoso no mundo todo e até a Oprah já esteve por aqui (www.youtube.com/watch?v=jvFCxdmTHOk). Agora, eu também!
Dentro da Casa, um dos locais de atendimento
A fama do médium vem das cirurgias espirituais que ele realiza. Elas são feitas de público, mas poucas são visíveis. Visível significa com corte, sangue, sutura. Quando feitas, impressionam. Nada de assepsia, anestesia ou dor. Mas, como disse, estas são minorias, feitas em 3, 4 pessoas. A maior parte das cirurgias é sem corte, apenas de cunho espiritual.
Hoje fiquei na Casa o dia todo. Cerca de mil pessoas estavam lá, quase todas vestidas de branco. Mais mulheres do que homens. Mais velhos que jovens. Mais estrangeiros do que brasileiros. Uma minoria com enfermidades visíveis. Todos concentrados, atentos, quase tensos. O atendimento é feito durante todo o dia. Todos passam pelo médium, através das várias filas que se formam, e tem um breve contato com seu guia espiritual. Neste momento ele orienta o que você deve fazer.
Vou contar brevemente o que vi. Duas pessoas sendo operadas na frente de todos, mas sem corte. Em dois minutos. Elas como que desfaleceram e foram amparadas pela equipe e se dirigiram a uma espécie de enfermaria com camas.
Vi outras duas pessoas tendo seus olhos raspados com uma faquinha, tipo de cozinha. E vi uma sofrendo incisão no seio, sangrando e levando um ponto. Estas três também, se dirigiram para esta mesma enfermaria, contígua a uma sala onde outros estão sentados, em prece, apoiando espiritualmente o trabalho da Casa.
Fora do salão principal da Casa
Eu entrei na fila, que passa por esta sala, e fui atendido. Em 10 segundos ele me receitou passiflora, o único remédio receitado na Casa e disse que queria me ver outra vez. Me emocionei às lágrimas ao passar por ele, saí e comprei o remédio, vendido ali mesmo. Isto foi de manhã. 
De tarde, entrei na fila de novo. Desta vez me emocionei mais do que pela manhã, as lágrimas brotaram com força, e ele me disse que meu tratamento já havia começado. Pediu para eu sentar na sala a qual me referi e ficar em oração. Foi o que fiz. Com outras dezenas de pessoas. Só para deixar claro, eu não pedi nenhuma cirurgia, até porque estou bem de saúde. Nem sei porque me emocionei. Mas o que se diz na Casa é que os guias do médium sabem mais do que nós o que estamos precisando, e, portanto, nos curam mesmo do que eventualmente não sabemos que temos. Amém.
Fico por aqui, mas teria mais pra contar. Quem sabe amanhã. Sei que vou dormir bem, o astral aqui é de fato diferente, agradável, de paz.